[RESENHA] O exorcismo da minha melhor amiga



Olá pessoal! Os últimos meses foram uma loucura e, ainda que as leituras tenham continuado, o tempo pra vir aqui falar um pouco sobre elas deu uma diminuída. Mas aqui estou, nesse fim de ano, para trazer a resenha de um dos livros que mais me surpreenderam em 2021: sim, o queridinho O exorcismo da minha melhor amiga.

Eu definitivamente não sou fã do gênero de terror/horror. E nem tanto por medo, mas por ser um gênero que não me chama tanto a atenção, seja no cinema ou na literatura. Por isso foi uma surpresa pessoal me ver disposto a encarar a leitura do livro de Grady Hendrix e ver se curtia o clima que ele parecia que teria. E que bom que fui pego de surpresa com o que vi durante as 320 páginas da leitura.



O exorcismo da minha melhor amiga vai tratar principalmente do poder de uma amizade de infância que não se desfez ao longo do tempo, entre duas amigas inseparáveis: Abby e Gretchen. Até que um dia elas se veem diante de uma situação que vai colocar à prova essa amizade inabalável. Gretchen começa a mudar suas atitudes de maneira repentina e logo coisas estranhas começam a acontecer ao redor dela. E agora cabe a Abby descobrir o que estar acontecendo e ser forte o suficiente para não deixar a amizade das duas se dissolver pelos conflitos que surgem no caminho.

Quero começar destacando como a escrita de Grady Hendrix é fluida e consegue manter a atenção do leitor nas páginas desde o início. E ele faz isso de maneira excelente mesmo sem avançar muito nas primeiras páginas e construindo uma trama ao longo dos capítulos que vai só aumentando a tensão e nos deixando ávidos por saber como toda a situação irá se resolver.

Sua forma de construir os personagens torna a experiência de leitura ainda melhor, trazendo personagens imperfeitos, com qualidades e defeitos e capazes de atitudes críveis, que, inclusive, fogem muito do clichê dos personagens completamente estúpidos já clássicos do gênero. Não deixa de ter, é claro, mas não chega a definir o que os personagens são. E vale ressaltar que o autor sabe bem como balancear críticas sociais (bullying, a busca por um corpo perfeito, etc) associadas aos eventos sobrenaturais da obra.



E por falar no sobrenatural: quando precisa recorrer ao terror, o autor faz de isso de forma bem gráfica, grotesca, nojenta. E o uso desses elementos não fica parecendo gratuito, como se fosse apenas para causar a repulsa em si. Ao longo de toda a obra Grady Hendrix vai construindo sua trama e personagens para que esses momentos cheguem naturalmente. Além disso, ele não precisa do "trash" para causar algum sentimento de desconforto. As entrelinhas e atitudes dos personagens dizem muito e a sensação de que algo ruim está para acontecer é sempre presente.

Eu preciso falar, é claro, do exorcismo em si. Gostei muito de como o autor construiu uma tensão crescente ao longo das páginas que caminham para o desfecho da trama e, consequentemente, o exorcismo do título. E adorei mais ainda como ele coloca à nossa disposição uma solução absurda, engraçada, completamente descontraída que contrasta muito com o que estava se desenhando até ali. Uma solução que define muito a amizade das duas protagonistas, ao mesmo tempo que é corajosa.



Quero voltar tão cedo para o gênero? Acho que não. Mas definitivamente estou de olho em outras leituras e, com certeza, buscarei ler outras obras do autor que chegarem por aqui, como The final girl support group, vencedor do Goodreads Choice Awards 2021 de Melhor Terror/Horror e já confirmado pela Intrínseca, mas ainda sem data.

E é isso! Ainda essa semana devo falar um pouco mais sobre A Roda do Tempo, com resenha de A Grande Caçada, livro 2 da série, além de o que achei da primeira temporada da adaptação da Prime Video, para fechar o ano de 2021 do Vagando e Divagando. E em 2022 uma grande novidade por aqui (ou por outro lugar).

Autor: Grady Hendrix | Editora: Intrínseca | Páginas: 320 | Ano: 2021 | Tradução: Edmundo Barreiros

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