[RESENHA] O Clube do crime das Quintas-Feiras



Olá pessoal, quanto tempo! Finalmente consegui voltar a ter um espacinho pra conseguir vir até aqui conversar com vocês e trazer atualizações das últimas leituras que tenho feito. O livro de hoje é um dos queridinhos desse ano: O Clube do Crime das Quintas-Feiras, de Richard Osman.

Toda quinta, em um retiro para aposentados no sudeste da Inglaterra, quatro idosos se reúnem para — segundo consta na agenda da sala de reunião — discutir ópera japonesa. Mas não é bem isso que acontece ali dentro. Elizabeth, Ibrahim, Joyce e Ron usam o horário para debater casos policiais antigos sem solução, confiantes de que podem trazer justiça às vítimas e encontrar os responsáveis por algumas daquelas atrocidades do passado.
[...]
Quando um empreiteiro local com projetos bastante questionáveis na cidade aparece morto, o grupo tem a oportunidade de seguir as pistas de um caso atual. Apostando em seus semblantes inocentes e habilidades investigativas estranhamente eficazes — além de trocas de favores clandestinas com a polícia, que, apesar de todos os esforços, parece estar sempre um passo atrás de seus colegas amadores —, os quatro amigos embarcam em uma aventura na qual as mortes do presente se entrelaçam com antigos segredos, e em que saber demais pode trazer consequências perigosas.

Um grupo de senhoras e senhores de idade se aventurando em investigações de crimes? Não precisa falar mais nada, só preciso iniciar a leitura! O Clube do Crime das Quintas-Feiras é daquele tipo de livro que não precisa de muito para fisgar a atenção do leitor por sua premissa.

Quando o grupo se depara com a oportunidade perfeita de finalmente pôr em prática suas habilidades, eles não perdem tempo e rapidamente começam a tecer uma rede de influência para que possam participar ativamente das investigações e, mais que isso, estar bem à frente da polícia no caminho para desvendar o mistério da morte do empreiteiro local.



Não demora muito para o autor ir construindo e nos mostrando os elementos que levam ao acontecido que norteia a trama, ao mesmo tempo que os suspeitos são apresentados aos poucos. E dessa forma o cenário para a atuação do grupo investigativo de aposentados está montado.

O Clube do Crime das Quintas-Feiras tem um elemento que gosto muito em alguns livros: capítulos curtos. O autor até faz bom uso do recurso, que garante um pouco mais de agilidade à trama, quando necessário. Só é uma pena que ele não consiga isso sempre e, mesmo com capítulos curtos, ele consegue quebrar o ritmo de forma extremamente abrupta, com capítulos que nos fazem questionar a necessidade deles naquele momento.

O grupo tem formas bem peculiares de conseguir acesso à investigação e, digo logo: a nossa suspensão de descrença tem que estar em dias para conseguirmos aproveitar bem o que os personagens e a trama tem a nos oferecer. Não é raro ficarmos pensando se algo é possível de acontecer na realidade. É inteligente, engraçado e absurdo.

Por falar nos personagens, confesso que não é o maior ponto forte do livro (esse vai para o bom humor e suas situações absurdas). Talvez nossa maior conexão aconteça com Joyce, que tem o próprio espaço com capítulos em que ela nos relata seus dias e de como ela acompanha a investigação.



Com os demais personagens a conexão não é a mesma e até mesmo o assassinado não ajuda muito a que tenhamos um grande interesse de fato na investigação de sua morte. Mas é óbvio que a curiosidade sobre quem é o culpado sempre nos alimenta.

É um livro que cumpre bem o papel de divertir com as situações absurdas que constrói. Tem bons personagens e um mistério que ao menos nos leva bem para sua solução. Talvez a quebra de ritmo em alguns momentos atrapalhe um pouco, mas nada que manche a experiência de leitura. E claro, termino o livro esperando por sua continuação, que sai em breve.

Autor: Richard Osman | Editora: Intrínseca | Páginas: 400 | Ano: 2021 | Tradução: Jaime Biaggio

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