Vagando e Divagando

Olá! Já estou de volta trazendo um clássico que não morre, atravessa a história e sempre será considerado um dos melhores e mais ousados livros de seu tempo: A revolução dos bichos, de George Orwell.

Nesta fábula sobre uma rebelião de animais cansados de serem explorados por seus donos humanos, George Orwell ilustra como uma nova tirania toma o lugar de uma antiga e como o poder corrompe até as causas mais nobres. Depois de se rebelarem na Fazenda do Solar, os animais, liderados por um grupo de porcos, estabelecem um regime igualitário e cooperativo que funciona até alguns bichos começarem a usufruir de mais privilégios do que o estabelecido inicialmente. Com regras que mudam a toda hora, sempre beneficiando quem as cria, a revolução logo se torna uma confusa teia de ordens e tarefas sem sentido, culminando em paranoia, confrontos e dúvidas.

Muitos aqui com certeza em algum momento da vida tiveram algum contato com a obra do autor inglês George Orwell. Definitivamente não é o caso deste que escreve essa resenha. E ainda mais pessoas sabem de toda a importância histórica de seus livros.

A revolução dos bichos nos apresenta aos animais de uma fazenda que se rebelam contra seu dono, Sr. Jones, em busca de finalmente ter a tão sonhada liberdade e trabalhar para produzir o próprio sustento, cortando todo e qualquer contato com a humanidade. Os porcos rapidamente assumem o posto de liderança intelectual do movimento e guiam todos os acontecimentos, dos conflitos à nova forma de viver dos animais na fazenda. E essa ideia até que funciona. Pelo menos no início de tudo. Aos poucos a obra de George Orwell vai revelando os maiores objetivos do autor com a narrativa que ele quer contar.

O livro não precisa de muitas palavras para dizer tudo o que precisa. Direto ao ponto, A revolução dos bichos é uma clara crítica aos soviéticos e seus personagens, principalmente os porcos, são nada mais que uma forma bastante satírica de representar pessoas reais, como Stalin e Trotsky, dois lados bem definidos de um conflito. E a forma de contar e registrar os acontecimentos passa por tratamento semelhante, com grande destaque para a forma com que os porcos moldam a revolução, as regras do animalismo e tudo o mais de acordo com as próprias necessidades.

É uma obra e um autor que não tem medo de apontar o dedo, principalmente considerando a época de sua publicação, em meio a segunda guerra mundial e com a União Soviética sendo aliada dos países que lutavam contra a Alemanha Nazista, como a Inglaterra de George Orwell. E ainda assim, como crítica ferrenha a líderes mais do que problemáticos, A revolução dos bichos é um livro que seria o que é hoje em qualquer ponto da história, fosse escrito em 1900 ou 2021.

Um livro curto, mas enorme em sua proposta. Mais do que necessário para todos os leitores.

[RESENHA] A revolução dos bichos

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