[RESENHA] Duas vezes magia



Olá pessoal, tudo bem? Estou de volta para mais uma resenha para vocês. Três anos depois, o segundo volume da série No tempo dos feiticeiros, de Cressida Cowell, finalmente está entre nós.

Neste segundo volume da série No tempo dos feiticeiros, o perigo se esconde atrás de cada árvore, e Desejo e Xar precisarão correr contra o tempo para derrotar o grande Rei Bruxo, uma tarefa quase impossível. Mas coisas quase impossíveis já aconteceram antes…

Duas vezes magia começa pouco tempo após o final do primeiro livro, mostrando como os personagens estão depois dos acontecimentos anteriores. Xar, como não poderia deixar de ser, se meteu em mais problemas e começa o livro se preparando para fugir de uma prisão conhecida por ser impossível de fugir. Mas para ele, como bem sabemos, nada é impossível.

Enquanto isso a jovem Desejo e seu escudeiro Magriço não vivem os melhor momentos na fortaleza dos guerreiros, uma vez que a Rainha Sicórax não baixa a guarda para a filha, principalmente por ela não ser o que a mãe espera de uma verdadeira guerreira. Isso que ela ainda não faz ideia dos poderes que a filha guarda secretamente.



Boa parte da primeira metade do livro se trata de construir a narrativa para reunir novamente os protagonistas. E ainda que tenha momentos interessantes, o ritmo lento desse trecho da obra não entrega toda a diversão que o primeiro volume conseguiu entregar constantemente durante toda a sua duração. Somo a isso o fato de Xar estar especialmente insuportável, egoísta, egocêntrico e inconveniente. Confesso que não me recordo se ele era tudo isso na mesma escala no volume anterior.

Por outro lado, Desejo consegue roubar a cena com sua jornada de descobertas. Pode não ter sido nada grandioso, mas foi interessante acompanhar a jovem princesa descobrindo a extensão dos poderes de seu olho mágico e proporcionar alguns momentos misteriosos, além de alguns momentos bastante heroicos.

Magriço some um pouco aqui, mas quando aparece consegue ser a voz da razão que a dupla Xar e Desejo precisam. Uma pena que nenhum dos dois escuta essa voz 99,9% das vezes. É um personagem que gosto e gostaria de ver ele melhor aproveitado e, claro, conseguir o destaque que ele merece.



Do lado das criaturas mágicas, gostaria de trazer a Calíbano algum destaque. Ele é o pássaro falante e esconde alguns segredos que penso que possam ser bastante importantes futuramente em toda esta aventura. E, sem buscar spoilers de como a série acabou (sim, o quarto e último volume foi publicado ano passado), eu chutaria que ele é o narrador misterioso. Mas tudo pode acontecer e nada é o que parece, e definitivamente No tempo dos feiticeiros ainda guarda muitas surpresas nos volumes finais. Ou pelo menos assim espero.

Duas vezes magia engrena de vez na segunda metade, trazendo revelações do passado dos feiticeiros e guerreiros, algumas com implicações realmente importantes para esse universo. Além disso, acontecem alguns confrontos aguardados. Não vou citar quais para não estragar a experiência.



O segundo volume da série demora a entregar diversão, dinâmica e todo o clima mágico do primeiro, e esbarra no desenvolvimento lentíssimo (e insuportável) de Xar, enquanto Desejo brilha, com merecimento, no protagonismo da obra. Quando é necessário entregar os melhores momentos da série até aqui, ele finalmente entrega toda a diversão, magia e mistérios que esperamos.

Só espero não aguardar mais três anos para ver o volume seguinte por aqui ou mesmo o final da série. Ajuda a gente, Intrínseca! 

Autora: Cressida Cowell | Editora: Intrínseca | Páginas: 400 | Ano: 2021 | Tradução: Marina Vargas

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