[RESENHA] O esplêndido e o vil



Olá pessoal, como vão? Voltei com mais uma resenha para vocês. O esplêndido e o vil, de Erik Larson. Um grande relato que vai mostrar como foi o primeiro ano de Winston Churchill como Primeiro-Ministro da Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em O esplêndido e o vil, Erik Larson mostra em detalhes como Churchill incutiu no povo britânico “a arte de não temer”. Muito além de uma história de malabarismos políticos, a obra é também um drama doméstico e íntimo. Baseado em documentos originais de arquivos e relatórios de espionagem secretos — alguns deles abertos apenas recentemente —, além de diários, o livro oferece uma nova perspectiva sobre o ano mais sombrio da capital inglesa através da experiência cotidiana de Churchill e daqueles próximos a ele.

É impossível falar sobre Segunda Guerra e não lembrar de uma das personalidades mais importantes de sua história, sem dúvidas alguém cuja postura e influência mudaram completamente os rumos dos conflitos. Churchill, conhecido por sua excentricidade, palavras fortes, uma das maiores e mais célebres capacidades oratórias da história e uma condução de políticas internas e externas durante a guerra que, mesmo diante de tantas perdas, manteve o espírito britânico vivo, junto a muitos outros nomes importantes da época.



Seu nome, no meio político, não parecia ser o favorito para assumir o cargo de Primeiro-Ministro em um período tão conturbado. Em meio ao caos e uma tentativa frustrada de seu antecessor, Neville Chamberlain, de manter uma relação de paz com a Alemanha de Hitler, Churchill assume em 10 de maio de 1940 e já se vê com uma grande decisão pela frente: como a Inglaterra deveria reagir às investidas da Alemanha em países como Bélgica e Holanda e com a crescente ameaça de invasão da França?

Em O esplêndido e o vil, Erik Larson nos apresenta, com detalhes vindos de relatos, cartas, diários e documentos, um dos períodos mais cruciais dos conflitos na Europa. A famosa Blitz alemã chegou à Inglaterra e Churchill, junto a seus aliados, teve que conduzir o andamento de uma intensa batalha que era travada principalmente nos céus. Durante meses a Inglaterra sofreu, dia após dia, semana após semana, initerruptamente, com uma infinidade de ataques aéreos, que devastaram inclusive sua capital, Londres. E tudo poderia ser ainda pior se não fosse a condução exemplar da Força Aérea Real Inglesa para defender e deter a Luftwaffe, a temida força aérea alemã.



O trabalho realizado por Eric Larson é incrível ao mostrar toda a condução da guerra por parte de Churchill, que se viu frente ao desafio de manter unida uma nação, mesmo diante de tantas perdas e destruição. Precisava dar a certeza de que não só o povo britânico, mas também todo o mundo, não deveria temer o grande inimigo.

Muito do que é retratado neste livro já é de conhecimento geral, principalmente toda a luta do Primeiro-Ministro para convencer o presidente americano, Franklin Roosevelt, a entrar na guerra. Ele sabia bem que isso significaria de uma vez por todas a diferença entre a vitória e a derrota.

Ainda assim, através da apuração em documentos secretos, Erik Larson nos apresenta um lado mais íntimo de todos os acontecimentos, com relatos internos, de pessoas que conviveram diretamente com Churchill e suas excentricidades, sua eloquência e sua capacidade de inspirar até mesmo os opositores.



Um ponto que gostei muito no livro foi a forma de conduzir a narrativa. Sim, narrativa! Erik Larson dá ares de ficção a uma história real. Foge quando possível do gênero biográfico para nos apresentar um panorama narrativo de toda a situação. E isso faz com que o ritmo do livro seja extremamente agradável de se acompanhar, mesmo diante de fatos conhecidos.

Certamente é uma leitura recomendada para todos que se interessam pelo tema. Mesmo apresentando uma fração do todo que foi a Segunda Guerra Mundial, Erick Larson faz um excelente trabalho montando o retrato dos bastidores de um dos períodos mais sombrios do conflito e da humanidade.

Autor: Erick Larson | Editora: Intrínseca | Páginas: 624 | Ano: 2020 | Tradução: Rogerio W. Galindo e Rosiane Correia de Freitas


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