[RESENHA] Matadouro-Cinco



Olá pessoal, estou de volta depois de um bom tempo! Hoje trago  resenha de uma obra aclamada: Matadouro-Cinco, de Kurt Vonnegut.

Eu quero começar essa resenha dizendo uma coisinha: eu ainda não sei como me sinto em relação ao que eu li. É um livro que pretende narrar uma destruição sem tamanhos provocada durante a Segunda Guerra Mundial, mais especificamente na cidade de Dresden, na Alemanha. Acontece que pouco vemos de bombas caindo, descrições minuciosas de destruição nem nada disso. Kurt Vonnegut nos presenteia com uma narrativa sarcástica, um toque bem autobiográfico e uma ficção científica bem diferente.



O brilho de Matadouro-Cinco está na experiência de vida de seu protagonista: Billy Pilgrim. Ele lutou na Segunda Guerra Mundial e foi prisioneiro de guerra na já citada Dresden. Mas sua singular experiência de vida não para por aí. Ficamos sabendo que ele foi abduzido por alienígenas que parecem com desentupidores e, após isso, toda sua noção do tempo fica completamente fora de rumo. O resultado disso: uma narrativa que salta para momentos da vida do protagonista antes, durante e depois da guerra, sem nenhuma ordem específica que faça algum sentido, ao menos cronológico.

Eu confesso que demorei para engrenar nesse estilo já bem conhecido como particular de Kurt Vonnegut. O autor preza por trazer tudo através de uma escrita simples e precisa, mas que causa algum estranhamento justamente pelo caráter não linear do que estamos lendo. Mortes são adiantadas pela narrativa, para depois voltar a algum tempo em que aquilo não havia acontecido. E, como diz o mantra perpetuado pelo autor ao longo dessas páginas: É assim mesmo!



A maior loucura (que, veja bem, de forma alguma é ruim) é o conceito do nosso protagonista ter se soltado de todo o conceito de tempo. E você se pergunta: como assim? Isso faz algum sentido? Claro que faz. Tudo já aconteceu como deveria ter acontecido e isso nunca poderá mudar, e nosso protagonista pode saltar por esses momentos como bem entender. E é assim mesmo!

Eu realmente ainda não sei explicar bem essa experiência única. O humor e a escrita simples e direta, ainda que possa confundir, são os grandes destaques. E justamente essa possibilidade de confusão é o que pode nos afastar da leitura. O que posso dizer é: dê uma chance!

É isso pessoal. Espero que tenham gostado e até a próxima.

Autor: Kurt Vonnegut | Editora: Intrínseca | Páginas: 288 | Ano: 2019 | Tradução: Daniel Pellizzari


Comente com o Facebook:

Nenhum comentário ♥

Postar um comentário