[TEORIA] Crônicas de Gelo e Fogo - Os Deuses, Faceless Man e a Destruição de Valíria [Parte I]



Cuidado! Esse post certamente contém spoilers da série A Song of Ice and Fire do George R.R. Martin, então, se você não gosta de spoilers e não leu ainda todos os livros, proceda com cuidado!

Não, esse não é mais um post de R + L = J, ou sobre o parentesco do Tyrion, ou se o Aegon é ou não o verdadeiro. Esse post é um apanhado de algumas teorias de fóruns e algumas especulações minhas, e não pretendo nem de longe desvendar todos os mistérios da série, só queria trazer um debate de teorias e ideias interessantes sobre ASoIaF. 
Vou dividir esse a teoria em duas postagens, a primeira, bastante especulativa, sobre as forças (ou deuses) de gelo e fogo, suas possíveis motivações e como talvez grande parte do enredo da série posse estar sendo ‘manipulada’ por essas forças (num estilo meio deus ex-machina, mas não totalmente devido à segunda parte da teoria). A segunda parte da teoria é o papel dos homens nessa ‘batalha de deuses’ (ou forças naturais), e como os Faceless Man e os Targaryen podem ser os principais jogadores.


As forças de gelo e fogo


O nome da série já indica bem o cenário da batalha de gelo e fogo. Até mesmo o clima de Westeros parece ser uma eterna batalha de fogo e gelo, com invernos ou verões que duram décadas. Que existe uma luta por poder entre esses dois elementos parece provável, mas se eles realmente se enquadram na dualidade de bem e mal,talvez não seja inteiramente verdade. Acho que está claro para quem lê as passagens da Muralha e Norte da Muralha, ou dos sacerdotes do fogo, que existem forças maiores trabalhando em Westeros. Não confio muito na Melissandre para definir os deuses e suas motivações, ela normalmente tem as visões certas, mas as interpreta de maneira duvidosa.

 Pra isso, vamos voltar para os primórdios da história de Westeros, 8 mil anos atrás, na Longa Noite. A longa noite e Os Outros 12 mil anos antes, Westeros era uma terra inexplorada, sem presença dos homens e seu norte era frio e inóspito (como ainda é). Porém, 10 mil anos atrás, Westeros foi invadida pelos homens, vindo de Essos, uma terra quente que dominava o fogo e os metais. Os homens trazem tecnologia e armas forjadas, fogo, progresso, mas também trazem destruição. O que talvez antes fossem dois continentes, cada um em equilíbrio com o seu elemento e dominado por suas forças (ou deus), foi aos poucos sendo modificado pela ação dos homens e do fogo, e as árvores sagradas e a influencia da força de gelo e dos deuses da floresta foi diminuindo.

Os Filhos da Floresta, sem outra opção, assinam o pacto com os humanos, mas em grande desvantagem. Os homens diminuem seu avanço no território do gelo, mas a o desequilíbrio já está instalado.
A força de gelo está em desvantagem e ainda perdendo espaço para as forças de fogo, então vem o contra-ataque: a Longa Noite e os White Walkers. 

Por um lado, pensando num quesito humanista, nunca que zumbis de gelo não seriam vilões. Porém, vamos analisar da perspectiva de uma história de quase três mil anos que representa essa moral: a história de Zeus e Prometheus. Prometheus criou os humanos e os amava, então, para ajudá-los, deu a eles o fogo, contra a vontade de Zeus, rei dos deuses. Por essa ousadia, Prometheus foi acorrentado por milênios em uma rocha e amaldiçoado a ter seu fígado devorado por uma águia todos os dias, e não pode morrer. Pra quem olhar de uma ótica puramente humanista, é uma grande injustiça com o criador da humanidade, que só queria ajudar os humanos. Mas os gregos não interpretavam essa história dessa maneira. Zeus era o Deus dos Deuses, e embora rigoroso, era o mais sábio e justo. O fogo na mitologia geral, sempre representou progresso, vida e tecnologia, mas o fogo também representa destruição e descuido. Prometheus, apesar de tentar fazer o bem aos humanos, concedeu um poder poderoso de vida e destruição, causando grande desequilíbrio que levou a consequente desgraça dos homens (com a libertação das moléstias da caixa de pandora). O mesmo talvez possa ser dito para o fogo e o gelo nas crônicas de gelo e fogo. Numa ótica puramente humana, os Outros são ‘maus’, mas se olhar para o equilíbrio natural como um todo, isso talvez não seja verdadeiro.

Durante a história futura, a luta entre os homens (e o fogo) e os o elemento de gelo continuou, com a construção da muralha (provavelmente envolvendo magias) sendo uma vitória do fogo, com uma momentânea vitória do gelo com o Rei da Noite, e assim por diante.

Ora, se o gelo tinha seus campeões (os Outros), o fogo também os tinha. Dragões. 5 mil anos antes do início do livro, o povo de Valíria era composto por pacíficos pastores, até que foram encontrados ovos de dragão nos vulcões da península. Os Valírianos domaram os dragões e conquistaram Essos, e não tardariam a chegar a Westeros, se lhes interessasse. Uma terra de vulcões e fogo, pronta para dominar o mundo. Mas claro, não ficaria sem retaliação...

Mas isso é matéria para o segundo post, que tratará a ação direta dos humanos, a criação dos Faceless Man e sua possível conexão com a destruição de Valíria.

Como já disse, nem de longe espero ter as respostas! Essas são mais algumas suposições e teorias, que podem ser refutadas e discutidas.

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