[RESENHA] A Princesa Perdida - Maha Akhtar



Autora: Maha Akhtar 
Editora: Planeta do Brasil
Páginas: 270
Ano: 2012
Classificação: 4/5
Sinopse: Jornalista descobre aos 41 anos com sua mãe a beira da morte, que seu pai verdadeiro é filho de um marajá casado com uma dançarina de flamenco famosa. Nossa! Nem parece que é de verdade, mas é. Enquanto sai em busca da verdade Maha descobre os segredos e histórias do passado de sua mãe e de todas as pessoas que cercavam sua vida e percebe que precisa repensar no que acreditou uma vida inteira. Enquanto as descobertas são feitas, Maha passa por um processo doloroso, mas que a leva a entender a pessoa que se tornou. Tudo isso no meio de uma atmosfera ora cosmopolita, ora imersa totalmente no mundo oriental.



Antes de começar vou deixar claro que o título é na verdade: A Princesa Perdida: Uma história intimista e real que nos permite entender como nosso passado transforma em quem somos (EITA). Ok, agora vamos lá:

Imagine que nos últimos dias de vida de alguém tão importante pra si, você descubra algo que mude o sentido de sua vida PARA TODO O SEMPRE (Tantam!). Não que tenhamos que viver no passado, mas desconsiderá-lo é algo impossível de fazer. Tanto pra mim, quanto para Maha Akhtar, que revela em seu livro uma história que aparentemente saiu das reprises de novelas mexicanas do SBT e deu um salto no mundo real. Essa é a história de Maha na busca por conhecer seu verdadeiro pai. Que era um dos homens mais ricos da Índia de seu tempo, filho de um marajá com uma dançarina de flamenco. Maha é jornalista, então no seu sangue querendo ou não aquele "Q" em busca da verdade ou de coletar todos fatos já correm em suas veias. Quando a história é sobre o passado que sempre quis saber, a busca se torna muito mais acirrada. Tudo ocorre após a sua mãe, Zhara, no leito de morte acometida pela doença (desgraçada!) terrível que é o câncer, revela a Maha sobre seu verdadeiro pai. As primeiras impressões que me transcorreram ao longo da leitura é que me Maha faz com que o leitor (eu) crie no mínimo empatia por sua história a medida que se desenrola... As dúvidas, a decepção e a confusão na cabeça da jornalista passam, e comecei a me perguntar pra quê tantos segredos, e perguntas sem resposta, ou com respostas que conduzem a um milhão de outras perguntas possíveis. Fiquei torcendo a cada página passada que a autora descobrisse a verdade sobre seu passado, e encontre o que tanto procura: saber quem ela mesmo é. Quando se sabe quem é, de quem se é filho, é normal ignorarmos ou passar batido o valor dessas informações, imagino que deva doer muito não saber a resposta disso. A história é bastante intimista então era esperado da minha parte partilhar pelo menos um tantinho das comoções de Maha. O interessante é que ao contar sua própria história, Maha tem a generosidade de realmente saber contar uma boa história. Segundo ela, não me recordo se citando alguém ou não

"Isso é que é jornalismo, contar uma boa história"

Quando falo de generosidade, me refiro que a sua história linear é revolvida por "flashbacks" do seu próprio passado e do passado de outras pessoas importantes a sua história, porque certas pessoas aparecem ou não e como isso molda a história "final" de cada um. Eu, junto com Maha entendi melhor as ações de cada pessoa na vida de Maha através de seu passado. Não creio que o passado devam ser correntes para aprisionar nosso presente e comprometer nosso futuro, MAS dizer que o passado não tem um papel importante na vida é simplesmente mentir; e eu geralmente não sou (e procuro não ser) muito boa com isso. Acho que ao ler essa história aprendi mais a considerar a história dos outros. Pessoalmente, sempre entendi as ações dos meus pais: as boas e bonitas, as ruins e feias, porque (graças a Deus!) eles sempre foram abertos e honestos em me contar sobre onde nasceram, onde viveram, o que faziam e o pensavam quando tinham minha idade e com o passar dos anos. Sobre os baques da vida mais pesados, e como deram a volta por cima, a forma que lidaram com isso e como percebem a vida enquanto não só passam como procuram constantes mudanças. Disso posso dizer que formou grande parte de quem sou e de como compreendo as pessoas a minha volta, nenhum ato pode ser justificado pelo nosso passado, porém conseguimos compreender o que levou fulaninho a fazer tal coisa, cria uma relação de compaixão e a ver as coisas de forma mais clara sem sentir que somos o martelo de Deus, até porque não sou (ninguém é, né). Devo PORÉM, alerta-lo sobre uma certa parte do livro, próxima do fim, que sinceramente ME TRAUMATIZOU, e considerei  sem necessidade por ser imoral (Maha podia ter me poupado dessa contando o que houve de outra maneira), mas essa sou eu... do que eu sei, né? Contudo, tirando essa parte, AMEI ler a história de Maha e aprendi muito com ela, e torço para que cada dia a autora e princesa possa superar suas lutas.



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