Finalmente, encerrando a Semana Especial Rick Riordan com chave de ouro, trago a resenha do mais recente livro de As provações de Apolo: A tumba do tirano. Então vamos logo ao que realmente importa, falar de um dos, senão o melhor da saga até então!
A tumba do tirano se passa logo após o fim de O Labirinto de Fogo. A jornada de nossos protagonistas Apolo e Meg continua. Muitos perigos os aguardam e agora eles precisam correr até o Acampamento Júpiter que acabou de sair de uma batalha que gerou muitas perdas e já vive sob a ameaça de ter seu fim consumado, já que o Triunvirato planeja atacá-los com força total. A dupla precisará fazer o possível para evitar que Nero, Calígula e Cômodo acabem com seus amigos. Eles só não contavam com a entrada triunfal de um dos mais temidos reis tiranos da história de Roma nesta equação. Como deus e semideuses sairão dessa?
Pelo primeiro parágrafo, deu para perceber que gostei de A tumba do tirano bem mais que O Labirinto de Fogo. A sensação de uma trama apenas intermediária passou, o que era de se esperar, já que neste livro Rick Riordan encaminha a trama para o seu desfecho no quinto volume. E para falar a verdade, os acontecimentos aqui foram bem mais impactantes e frenéticos do que eu esperava.
[SPOILER NO PARÁGRAFO A SEGUIR]
O livro já começa com toda a comoção em torno da morte de Jason Grace, que era pretor no Acampamento Júpiter. A chegada de Apolo e Meg no local, com o corpo de alguém que todos ali admiravam impacta, emociona e também dá forças para que os semideuses, que ali ainda viviam o luto pelas outras perdas recentes, enfrentem a nova ameaça que bate em suas portas.
Após a apresentação inicial no acampamento dos semideuses romanos, todos já começam a traçar planos, juntar os cacos e entender todas as palavras das profecias para que possam encontrar uma forma de impedir o avanço dos Imperadores Romanos. Uma coisa é bem certa: Apolo terá que enfrentar a morte diversas vezes para que alcance seus objetivos.
A sequência de acontecimentos de A tumba do tirano me deixou muito mais empolgado de acompanhar que o livro anterior. A todo momento tem algo acontecendo e o ritmo frenético dos capítulos pouco nos dá respiro. Com a iminência da chegada dos vilões, os personagens não ficam parados esperando ou lamentando as perdas.
Por falar nos personagens, vamos ver como anda a evolução de nossos protagonistas e o que achei dos novos (ou antigos, para quem leu outras sagas do autor). Apolo parou de ser aquele adolescente com crises do nada que foi em O Labirinto de Fogo, coisa que não era nos volumes anteriores. Aqui ele ganha ainda mais destaque, mais evolução e parece finalmente entender o que é ser humano. O personagem passa por momentos incríveis que, se não apaga as atitudes egoístas de seu passado como um deus, ao menos o redime e mostra que ele não é o centro do universo. Vê-lo dizer para Meg o quanto ele se importa, a ama e admira tanto quanto à irmã Ártemis foi facilmente um dos momentos mais bonitos do livro e da saga até agora. Vê-lo se colocar no lugar de humanos e até disposto a se sacrificar demonstra que ele entende o peso do que pode acontecer se ele não aceitar o destino que Zeus impôs a ele.
Meg, por outro lado, ficou levemente apagada em relação aos volumes anteriores e boa parte de suas aparições foram em momentos de alívio cômico. Não digo que ela não teve seu destaque mas, definitivamente, sua participação foi diminuída. Eu imagino que muito em função do próximo livro, A Torre de Nero, que promete ser uma sequência de fortes emoções para a personagem.
Tivemos outros personagens conhecidos dos fãs. Reyna, Hazel, Frank, Ella e Tyson por exemplo. Vi que muita gente adorou como o autor desenvolveu Reyna neste livro. É uma personagem que sofria com uma maldição de Vênus, que dizia que nenhum humano ou semideus curaria seu coração ferido (algo assim), e acabou envolvendo Apolo nisso. Fica bem claro que é algo que incomoda a personagem, mas não tanto por ela, mas sim como boa parte das pessoas praticamente só enxergam isso e não veem a pessoa por trás disso tudo. Ela é pretora ao lado de Frank, e é muito admirada pelos outros semideuses. Tem presença constante na trama e a forma com que Rick Riordan resolve os dilemas da personagem, devo dizer, é incrível!
Adorei a participação divertidíssima de Ella. A personagem é outro alívio cômico, mas tem grande importância, tanto por representatividade quanto nos momentos finais do livro. Os demais também são igualmente importantes e, sinceramente, não fica a sensação de que algum deles está ocupando espaço a toa.
A trama tropeça um pouco nos momentos da batalha contra os imperadores, desenhada desde o início, que apresenta perdas, que impactam, mas não tanto quanto poderiam. Além do que, parte da resolução foi um pouco fácil demais. E que fique claro que, em questão de escrita, os momentos de ação estão incríveis.
A jornada até esse ponto específico que citei, com todo o tom mais aventuresco e divertido, foi muito mais interessante de acompanhar, assim como o desfecho do livro, que promove um reencontro importante para Apolo, e nos encaminha para o volume final.
A tumba do tirano é emocionante, repleto de ação e um exemplo de obra que não se importa nem um pouco com os clichês. Ele diverte, emociona e nos prende, capítulo após capítulo. Ainda não me decidi se é o meu favorito da saga até então, mas com certeza um excelente livro que merece ser lido, assim como os anteriores. Espero que estejamos preparados e não sejamos decepcionados com o capítulo final, A Torre de Nero, que chega em novembro.
E, por Zeus, acho que já escrevi o suficiente. Que bela forma de encerrar esta semana especial de um autor tão queridinho da gente. Espero que tenham gostado do conteúdo que preparamos esta semana. Semideuses, até breve!
Autor: Rick Riordan | Editora: Intrínseca | Páginas: 368 | Ano: 2019 | Tradução: Regiane Winarski e Giu Alonso
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