[RESENHA] Sr. Holmes

Autor: Mitch Cullin
Editora: Intrínseca
Páginas: 240
Ano: 2015
Classificação: 4/5
Aposentado há décadas, Sherlock Holmes mora numa fazenda em Sussex, onde cria abelhas com a ajuda de Roger, o filho da empregada. Além do apiário, o velho detetive gosta de passar o tempo relembrando casos memoráveis, que ele registra diligentemente em um diário. Com isso, tenta juntar os fragmentos remotos de uma de suas aventuras mais marcantes, ocorrida há mais de cinquenta anos.
Empenhado nessa empreitada, Holmes embarca em uma viagem rumo ao Japão do pós-guerra e acaba se deparando com um novo mistério: descobrir o destino do pai de seu anfitrião no país, Sr. Umezaki. Enquanto isso, na Inglaterra, Roger explora o escritório do ilustre detetive e lê avidamente seu diário, na tentativa de entender a mente e o coração de um homem tão único.
Intercalando lembranças de relacionamentos importantes que Holmes teve ao longo da vida, seus casos de amor, as amizades e um inesperado sentimento paternal, o romance de Mitch Cullin explora o lado humano de um Sherlock Holmes colocado diante dos surpreendentes mistérios da vida e da morte, sobre os quais ele ainda não tem a menor pista. Reflexões que, na voz de Holmes, mostram o efeito indelével que o envelhecimento exerce sobre o modo como enxergamos o mundo.


Boa tarde Divagadores... Antes de mais nada eu gostaria de pedir desculpas pela demora em aparecer por aqui, esta resenha deveria ter saído tem tempos, mas infelizmente eu estou envolta em uma grande quantidade de problemas pessoais e isso acabou atrasando minha vida completamente. Eu que levo uma semana pra ler um livro como esses acabei levando quase um mês de tão enrolada que ando, mas finalmente consegui terminar minha leitura e posso vir até vocês trazer as minhas impressões sobre o livro. 

Como algumas pessoas sabem eu sou apaixonada por Sherlock Holmes, mas nunca tinha ousado a ler nada que não fosse escrito pelo Sir Arthur Conan Doyle e acho que eu permaneceria desta maneira se não fosse o fato de uma adaptação de Sr. Holmes ter sido anunciada, ainda mais com o Ian McKellen interpretando o Sherlock eu finalmente dei o braço a torcer e decidi encarar essa leitura.


Confesso que não sei muito bem como falar sobre o livro para vocês, ainda mais que podemos considerar que o livro se "subdivide" em três livros dentro de um, ou pelo menos é desta maneira que encaro. Temos a trama no presente, a narração da viagem de Holmes ao Japão (que não é marcada por ele contando como foi e sim com a narração detalhada de tudo como aconteceu) e finalmente trechos do diário de Holmes onde contamos com a apresentação de seus casos escrita pelo próprio Holmes. Sinceramente não vou ficar me prendendo a tudo ou isso aqui vai ser uma resenha enorme, vou apontar os fatos que mais me chamaram a atenção em cada uma das subdivisões do livro.

Na trama principal, ou seja, no presente nos deparamos com Holmes chegando de sua viagem ao Japão e temos uma noção geral de que tipo de pessoa ele se tornou com a chegada de uma idade avançada. Seu andar se torna lento e sempre acompanhado de duas bengalas, sua mente já não trabalha como antes e ele passa a ter problemas de memória, mas o mais interessante é que o detetive passa a ter um grande amadurecimento em sua relação com as pessoas. O livro relata a morte de diversas pessoas com a qual ele conviveu (inclusive de um dos personagens que morrem no decorrer da trama e não vou falar quem é pra não soltar um lindo spoiler). Podemos dizer que o tempo e a falta e algumas pessoas acabaram amolecendo o coração de Holmes e mostrando um lado mais humano nele e eu simplesmente adorei ver essa fragilidade surgir nele.


O que falar sobre a narrativa da viagem ao Japão? Sinceramente não muito. A narrativa se foca apenas nos detalhes da pequena viagem acompanhada pelo Sr. Umezaki que começou a se comunicar como Holmes por cartas demonstrando interesses em comum com o detetive, mas que o levou até o Japão para tentar descobrir o que havia acontecido com o seu pai desaparecido, já que a única pista que o homem tinha é que em algum momento da estadia de seu pai na Inglaterra ele havia se encontrado com Sherlock para pedir ajuda para resolver um problema.

Agora chegamos a parte que realmente me decepcionou. Quando li a sinopse deste livro fiquei interessada principalmente com a parte "o velho detetive gosta de passar o tempo relembrando casos memoráveis, que ele registra diligentemente em um diário", mas infelizmente a minha decepção acabou chegando quando se tratava disso. Nos deparamos com um único caso que não oferece grande trabalho para a mente do detetive, um caso que não apresentou tantos mistérios e que foi incapaz de prender a minha atenção. Pra mim foi apenas um caso colocado no meio da história para mostrar que Holmes algum dia em sua vida fosse capaz de ficar fascinado por uma mulher. Sinceramente? Eu não esperava ver um dos casos relatados pelo próprio Arthur Conan Doyle serem contados ali, realmente esperava algo novo, mas esperava algo que fosse mexer com a minha mente, não uma coisa que me fizesse ter vontade de pular páginas. 


Infelizmente este livro não conseguiu entrar para o meu hall de favoritos, é um bom livro, mas para uma pessoa como eu que adora as histórias originais acabou deixando um pouco a desejar, ainda assim continuo com o desejo de assistir ao filme para ver como ele foi elaborado e ver o que vai receber mais importância para o diretor e os roteiristas. Uma pena que essa minha vontade vai continuar, o filme que tinha previsão para estrear no dia 15 de outubro teve a sua estréia no Brasil adiada por tempo indeterminado. Pois é, quem viu o filme no Festival do Rio viu, quem não viu vai ter que engolir a ansiedade, sentar e esperar. 

É isso ai pessoal, vou ficando por aqui... Beijinhos e até a próxima resenha, que espero que não leve muito tempo pra rolar.


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