[REVIEW] Old Boy Vol. 1

Autor: Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi
Editora: Nova Sampa
Páginas: 212
Completo com 8 volumes
Ano: 2013 (Início no Brasil)
Classificação: 3/5
Sinopse: Após dez anos preso sem qualquer razão em um cubículo, um homem é solto e começa a investigar a identidade do responsável pelo seu misterioso calvário.

Alguns dos que estejam lendo este review talvez tenham assistido um aclamado filme sul-coreano (2003) de mesmo nome, ou seu remake americano de 2013. Tanto um como outro são adaptações da mesma obra, o mangá Old Boy, com roteiro de Garon Tsuchiya e arte de Nobuaki Minegishi. Enfim, não assisti a nenhum dos dois filmes, então o review deve ser livre de comparações, mas já adianto para aqueles que não forem pesquisar sobre a história, que o filme sul-coreano é infinitamente mais aclamado pela crítica que seu remake recente. 

Old Boy vai acompanhar a vida de Yamashita, nome provisório do personagem principal que prefere não revelar o seu nome verdadeiro. Yamashita finalmente se vê livre depois de 10 anos preso sem entender nem fazer ideia dos motivos que o levaram para aquela situação. Ele então irá agora atrás de descobrir o que aconteceu e, é claro, vingar-se de quem o fez passar por isso.

O mangá possui uma temática interessante, ainda que o tema VINGANÇA seja bem clichê. Não que tal clichê seja prejudicial, já que ele dará o tom da obra pelos próximos 7 volumes e, sem dúvida, mesmo sendo de curta duração, a história tem bastante espaço para um ótimo desenvolvimento.

O personagem principal é em si um grande mistério. Não sabemos seu nome verdadeiro logo de início, ou o que ele supostamente fez para ficar preso por 10 longos anos. Em relação a ele, ficamos no completo escuro.

Os demais personagens são igualmente pouco desenvolvidos neste primeiro volume. Desde a garota que ele conhece na noite em que foi libertado até o misterioso homem responsável pela sua prisão 10 anos antes.

A arte é interessante, bonita e mais característica de histórias do gênero. Não é algo a se admirar, mas é algo que contribui para o estilo mais sério da obra.

Agora, o que mais me chamou a atenção foram os diálogos. Ao falar isso, vão pensar logo que é um mangá com muitas falas, com roteiro complexo, forte. Pelo contrário! No começo há uma grande ausência de texto. Quando há, são pensamentos ou diálogos de poucas palavras. Isso é justificável nos momentos em que o protagonista passa admirando a cidade e o quando ela mudou ao longo de 10 anos. Porém, ao longo do volume, essa característica continua, mais contida é claro, já que ele passa a interagir com outros personagens, com as conversas não passando de poucas frases. Enfim, o roteiro retrata de forma praticamente idêntica a principal característica do personagem principal: as poucas palavras.

Infelizmente tudo que é bom na obra acaba sendo um pouco ofuscado pelo tratamento que ela recebeu pela editora. Em um mercado em crescimento vertiginoso que é o brasileiro para esse tipo de publicação, com avanços significativos na qualidade do material disponibilizado pelas grandes editoras, como JBC, Panini e New Pop, a Nova Sampa fica para trás de maneira absurda. Neste primeiro volume vemos o retrato de como eram tratadas as obras por volta de uma década atrás. Papel jornal de baixa qualidade, que amarela muito rápido (para os que não sabem, nos mangás, quando mais próxima do branco for a cor da página, melhor), capa apesar de bonita, frágil. Sem contar problemas de impressão, como certas páginas muito escuras. Há quem defenda o fato da editora ser nova no mercado de mangás. 

É isso galera, essas foram minhas impressões de Old Boy no seu primeiro volume. Não farei review dos próximos volumes, apesar de já ter o volume 2 em mãos, mas certamente trarei uma resenha da obra completa assim que adquirir os 6 restantes. Até a próxima!