[ESPECIAL] Conto: A Praça


Venho trazendo hoje para vocês uma postagem especial. Já que estamos nos mês onde os blogs sempre postam algo relacionado ao terror, nada melhor que um conto do gênero. O conto, como vocês podem ler na imagem acima, é de autoria de Gabriel Souza, um amigo, graduando em Jornalismo e que nas horas vagas procura exercitar sua escrita no mundo do seu gênero favorito, seja de livros, games ou filmes. Então, leiam A Praça.


A Praça

Em uma noite qualquer da semana, sendo mais específico numa quarta-feira, ele saia mais uma vez do trabalho. Em sua rota ele passa pelo centro da cidade, aonde a parada é em frente a uma praça, a Praça dos Mártires, uma das praças mais belas da região, entretanto, à noite a praça não é um local tão amigável de visitar. Costumava sempre esperar o ônibus com a parada cheia, porém naquela noite só havia uma pessoa, o que lhe causou certa angústia.

Um homem era que via de longe, ao chegar mais perto viu que parecia ser uma pessoa comum, mas vestida totalmente de branco. Ele vestia um terno branco, calças brancas, um sapato preto e um chapéu de palha branco. Aparentava estar na casa dos 30, segurava uma bengala, mas não por ter problemas no andar, pois notou que era como uma peça decorativa. 

Ao chegar no local de espera ficou um pouco distante do desconhecido, que simplesmente olhava para frente com um sorriso no rosto. Tentando seguir seu olhar, viu que ele observava a rua, onde ninguém passava. Até o trânsito estava abrandado esse dia. Não é difícil pensar como o clima estava estranho.

Um copo de plástico passa na rua fazendo barulho e o tal estranho finalmente desvia sua atenção. Devagar ele olha para esquerda com o mesmo sorriso e pergunta, - Estás com medo de que? Nunca vira um homem? Ou será que tu pensas que posso te fazer mal?

Ainda mais tenso do que estava pensou em uma reposta educada, mas parecia não conseguir falar. Sua língua ardia como se estive comendo pimenta, a saliva tinha ganhado sabor, algo que lembrava sangue. Em momento de angustia escarrou. Ficou pasmo quando olhou para o que tinha saído da sua boca. No chão havia sangue e misturado um prego que observava sair um pouco de fumaça, como se houvesse sido aquecido.

Com a cabeça voltada para o chão e respirando fundo, notou que perto dele estava a bengala e os sapatos pretos. Quando olhou para cima viu o homem de pé, com o mesmo sorriso, porém com os olhos esbranquiçados. Não tinha ação nenhuma, aqueles olhos, que já não pertenciam a alguém com sangue quente nas veias, eram como veneno de bicho peçonhento, fazia a presa ficar imóvel. 

Chorando e urinando nas calças, ficou parado e esperou qual seria a próxima ação que iria sofrer. O homem lentamente abaixou a cabeça e sussurrou em seu ouvido. 

-Esse é o gosto do pecado amigo! 

Rindo, rindo e rindo mais alto, o homem de branco ficou. Os tímpanos da vítima pareciam ser furados com agulha e nessa hora, pela dor proporcionada, produziu um grito de porco sendo abatido. 

Ei moço! Da uma esmola ai! 

Assustado abre os olhos. Parecia ter adormecido na parada por pelo menos uma hora, mas quando olhou em seu relógio fazia exatamente vinte minutos que tinha chegado ali. Ainda amedrontado olhou para um mendigo persistente, viu que o ônibus estava chegando e o ignorou. Subiu no ônibus como se estivesse fugindo de algo. Os usuários cansados não ligaram muito. Já dentro do ônibus e com a cabeça na janela, observou o mendigo e a praça sendo deixados para trás. 

O mendigo também ficou parado e retribuía o olhar. Mais adiante viu outra pessoa se aproximar da parada e o mendigo dessa vez parecia sorrir, de repente um tipo de brisa carregada com poeira bate em seus olhos, todavia, quando sua visão ficou nítida observou que a figura maltrapilha não estava mais lá. 

Em uma tentativa frustrada tentou gritar para a próxima vítima, porém viu que a pessoa estava falando com algo que parecia ser ninguém. Com o olho vazio e sem esperança o trabalhador segue dentro do veículo perdendo a visão da praça em uma curva.

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